A política na Coreia do Sul é um reflexo dinâmico da sua história conturbada, sua ascensão econômica e os desafios geopolíticos enfrentados na península coreana. Desde a transição para a democracia nas décadas recentes até as complexas relações com a Coreia do Norte, a política sul-coreana é um campo de estudo que aborda não apenas questões de governança, mas como direitos humanos, desenvolvimento econômico e segurança regional. Exploraremos agora os principais aspetos e evoluções da política na Coreia do Sul, começando com a Guerra da Coreia.
A Guerra da Coreia
A Guerra da Coreia consolidou a divisão do território em Coreia do Norte e Coreia do Sul, que ocorreu desde a Conferência de Potsdam, em 1945. Desde 1910, o país estava sob ocupação japonesa, encerrada com o fim da Segunda Guerra, em 1945. Durante o período de domínio japonês (1910-1945), os coreanos suportaram trabalho forçado em campos e fábricas, assim como uma tentativa de assimilação cultural. Após a rendição japonesa na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a região foi invadida pelos soviéticos ao norte e pelos estadunidenses ao sul.
As causas da Guerra da Coreia incluíram a divisão ideológica em 1945 e a invasão do sul pelas tropas do norte em junho de 1950. A Coreia do Norte iniciou a guerra em 1950, com apoio da China e da URSS. A ONU se opôs à guerra, por isso organizou tropas de mais de 20 nações para ajudar a Coreia do Sul, lideradas pelos EUA. Em 1953, assinou-se o Armistício da Panmujon, encerrando a guerra e resultando na divisão das Coreias no Paralelo 38º N.
Hoje em dia, é possível visitar e realizar uma excursão pela Zona Desmilitarizada da Coreia do Sul. A zona desmilitarizada é uma barreira fronteiriça que divide a península coreana pela metade. Foi criada por acordo entre a Coreia do Norte, a República Popular da China e o Comando das Nações Unidas em 1953. A DMZ tem 250 quilômetros de comprimento e cerca de 4 quilômetros de largura. Esta zona, feita especificamente para a contenção militar, é de carácter hostil e está quase despovoada de civis.
Devido à escassa atividade humana, a zona desmilitarizada é uma faixa de grande riqueza e diversidade ecológica de flora e fauna.
Atualidade na Coreia do Sul
Na atualidade, a Coreia do Sul é uma república representada por um presidente, que atualmente é o Yoon Suk-youl, desde maio de 2022. De acordo com o poder executivo, o presidente da Coreia do Sul trata-se também do chefe de Estado, que representa oficialmente a unidade nacional e a legitimidade do Estado soberano. Na Coreia do Sul, o chefe de Estado pertence a um sistema multipartidário.
Os principais partidos políticos atuais da Coreia do Sul são o Partido do Poder Popular (de direita) que é o partido do atual presidente Yoon Suk-youl; o Partido Minjoo (progressista) e o Partido da Justiça (centro-esquerda, organizado em torno das ideias progressistas).
Quando eleito, o presidente Yoon Suk-youl liderou um período de adaptação e rápida transformação política na Coreia do Sul, visando fortalecer não apenas o seu perfil internacional, como melhorar as relações com aliados importantes como os Estados Unidos e o Japão.
Mais tarde enfrentou um período de impasse político pela dificuldade de manter o seu poder dentro do Partido do Poder Popular, como resultado do controlo do parlamento pelo partido de oposição Minjoo e pelo descontentamento público com o crescente custo de vida e de trabalho divisivo e políticas de gênero. À medida que a cooperação de defesa com os Estados Unidos se aprofunda, a tensão entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte aumenta, como resultado isto faz com que o presidente Yoon Suk-yeol enfrente um desafio, dado que sua margem de vitória sobre o seu oponente de esquerda em 2022 foi de apenas 0,74%. Isso deve-se ao nível de apoio político interno para uma grande mudança na política externa, desse modo, poderá ser alterado nas eleições de 2027.
Poder Executivo
O voto direto da população elege o presidente da Coreia do Sul para um único mandato de 5 anos. Para além do presidente ser chefe de Estado, é também chefe de governo e o comandante-chefe das forças armadas. O presidente possui o poder de nomear o Primeiro Ministro e o Conselho de Estado com o consentimento do Parlamento. Desfruta ainda de outros poderes executivos devido ao seu cargo. O Primeiro Ministro da Coreia do Sul tem como sua principal função servir e auxiliar o Presidente.
Poder Legislativo
O parlamento na Coreia do Sul é unicameral, ou seja, formado apenas por uma câmara.
Os partidos políticos recebem assentos na Assembleia Nacional com base em num sistema proporcional ao número de votos, sendo no total totalizando 300 assentos. A Assembleia é eleita para um mandato de 4 anos, em contrapartida do presidente, que tem um mandato de 5 anos.
Poder Judicial
O corpo judiciário mais elevado é a Corte Constitucional da Coreia do Sul, cujos juízes são, também, nomeados pelo presidente com o consentimento do Parlamento. A Coreia do Sul não aceitou a jurisdição obrigatória do Tribunal Internacional de Justiça.
Fontes
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/guerra-coreia.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zona_Desmilitarizada_da_Coreia